O que nos proíbe o sexto mandamento da
Lei de Deus?
O sexto mandamento da Lei de Deus nos proíbe todos os
pecados contrários à castidade; entre os mais graves estão a masturbação, a
fornicação, a pornográfica, a práticas homossexuais e o adultério. O sexto
mandamento proíbe também todo ato, olhar ou conversa contrária à castidade.
São
graves os pecados contra a pureza?
Os pecados contra a pureza, cometidos com pleno
conhecimento e consentimento pleno, são sempre graves.
Quais
são os principais meios para guardar a santa pureza?
Os principais meios para guardar a santa pureza são:
a oração, a confissão e a comunhão freqüentes, a devoção à Santíssima Virgem, a
modéstia e a guarda dos sentidos e a fuga das ocasiões de pecar, como
conversas, olhares, leituras, amizades e espetáculos desonestos.
Se há um mandamento
que as pessoas reclamam ser difícil de cumprir, este é, sem dúvida, o sexto
mandamento. O escritor C. S. Lewis reconhecia que "a castidade é a menos
popular das virtudes cristãs". Enquanto os de fora – e, não raro, os de
dentro – inflam-se para falar da pobreza evangélica, das virtudes da paciência
e da humildade, ergue-se, muitas vezes, em torno da moral sexual cristã, uma
barreira de silêncio ou mesmo de desobediência. "Porém, escreve Lewis, não
existe escapatória. A regra cristã é clara: 'Ou o casamento, com fidelidade
completa ao cônjuge, ou a abstinência total'."
Para aqueles que não descobriram a centralidade
do amor de Deus na religião cristã, fica realmente muito difícil entender o
porquê de "não pecar contra a castidade" ou a ratio de todas as
demais normas morais católicas. O Papa Bento XVI, certa vez, alertou para o
perigo de deixarmos o Cristianismo transparecer mais como um "código de
conduta" que como um encontro real e profundo com Jesus Cristo:
"Não deveríamos permitir que a nossa fé
seja vanificada pelos demasiados debates sobre múltiplos pormenores menos
importantes mas, ao contrário, ter sempre à vista em primeiro lugar a sua
grandeza. Recordo-me quando, nos anos 80-90, eu ia à Alemanha e me pediam que
concedesse entrevistas: eu conhecia sempre antecipadamente as perguntas.
Tratava-se da ordenação das mulheres, da contracepção, do aborto e de outros
problemas como estes que voltam a apresentar-se continuamente. Se nos deixarmos absorver por estes
debates, então a Igreja identifica-se com alguns mandamentos ou proibições, e
nós passamos por moralistas com algumas convicções um pouco fora de moda,
enquanto não sobressai minimamente a verdadeira grandeza da fé."
Olhando para Cristo – e só olhando para Cristo
–, é possível viver a castidade. Sem contar com o auxílio indispensável da
graça, ninguém pode ser casto. C. S. Lewis reconhecia que "a castidade
perfeita – como a caridade perfeita – não será alcançada pelo mero esforço
humano". "Você tem de pedir a ajuda de Deus", escrevia. E Santo
Afonso de Ligório também fazia notar que "nós, revestidos de carne, não
podemos por própria força guardar a castidade; só Deus, em sua imensa bondade,
nos poderá dar força para tanto".
E, todavia, como a própria salvação humana é
obra conjunta de Deus e dos homens, da mesma forma a castidade exige do ser
humano que ele se crucifique para si mesmo. Isto se manifesta de modo eminente
por uma coisa que os grandes santos chamavam de "fuga da ocasião do pecado". "Um sem-número de cristãos se perde
por não querer evitar as ocasiões de pecado", diz Santo
Afonso. Na luta contra a impureza, vence quem foge. Diante de uma tentação, ao
invés de encarar a investida maligna de frente, é preciso recorrer
imediatamente ao auxílio de Jesus e Maria.
É este o parecer comum dos santos da Igreja e
não há motivos para procurar outra senda. Adverte São Francisco de Sales:
"Logo que notes uma tentação, imita as criancinhas que, vendo um lobo ou
um urso, se lançam ao seio do pai e da mãe ou ao menos os chamam em seu
socorro". O autor sagrado alerta que "quem ama o perigo nele perecerá" (Eclo
3, 27). Se uma pessoa tem o firme propósito de guardar a sua pureza, mas não
evita os ambientes, as pessoas ou as coisas que o levam ao pecado, então, este
propósito tem pouco ou nenhum valor. Santo Tomás de Aquino explica que a razão
disso é que Deus nos abandona ao perigo quando a ele nos expomos
deliberadamente ou dele não nos afastamos.
Pode parecer difícil, a partir destas
considerações, a vivência da castidade. Afinal, são tantas as ocasiões em que o
mundo oferece uma proposta tentadora de felicidade nos lugares errados! A
verdade é que Jesus nunca disse que a luta seria fácil. "No mundo haveis
de ter aflições" (Jo 16, 33). Não é possível viver a castidade sem passar
pela experiência da Cruz. Vivida com amor, no entanto, esta verdadeira via
crucis adquire um belo significado. Como escreve São Josemaría Escrivá, "quando te decidires com firmeza a
ter vida limpa, a castidade não será para ti um fardo; será coroa
triunfal"
Fonte: Pe. Paulo Ricardo
ACIDigital
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