Nossa
Igreja Católica é fonte cristalina de extraordinários ensinamentos. Sua
nobilíssima doutrina é milenar e possui sua origem em Jesus. Os apóstolos,
aqueles homens que estiveram frente a frente com Jesus, receberam esses
preciosos ensinamentos e os transmitiram à comunidade cristã.
Um
dos primeiros escritos atribuídos aos cristãos da Igreja primitiva recebeu o
nome de “Didaqué”, uma palavra de origem grega, que significa “instrução”,
“doutrina”, “ensinamento”. Trata-se de um escrito instrutivo que data do final
do primeiro século da era cristã. Isso significa que seus autores viveram num
período muito próximo da escrita do Novo Testamento. Basicamente, essa
compilação de normas apresenta um pouco dos costumes da Igreja nascente, o que
dá aos historiadores e estudiosos do período valorosa contribuição.
As primeiras comunidades de cristãos não
tinham o catecismo como conhecemos hoje, mas eles tinham o Didaqué.
Sua
descoberta se deu, no ano de 1873, pelo monsenhor Filoteo Bryennios na
biblioteca do mosteiro do Santo Sepulcro em Constantinopla. Em 1887, o
documento foi levado para Jerusalém e deixado na Biblioteca patriarcal, onde se
encontra até hoje. A partir de então, muitas edições e reedições desse
documento passou a ser elaborada. Inúmeros especialistas e pesquisadores se
debruçaram no estudo desses escritos. Especialmente no Oriente, a Didaqué é
tida por alguns como texto inspirado, tamanha a sua importância.
No
que se refere sua origem histórico-geográfica, embora não haja concordância
quanto a data e o local da composição, especula-se que a Didaqué foi redigida,
entre os anos de 90 e 100, na Síria, na Palestina ou em Antioquia. Apesar de
esse documento trazer, no título, o nome dos apóstolos, sua autoria não
pertence diretamente a eles. Especula-se que o texto é fruto da reunião de
várias fontes, tanto escritas quanto orais, e dispostas em conjunto por um
anônimo judeu-cristão. Esses textos retratam a tradição viva das comunidades
cristãs daquela época.
Tanto
o conteúdo quando o estilo literário da Didaqué lembram os textos do Novo
Testamento, especialmente aqueles mais exortativos. Nela, a ênfase encontra-se
na observância da lei preservando extraordinariamente a liberdade humana, ou
seja, compete a cada um escolher o caminho do bem ou do mal: “Existem dois
caminhos: um é o caminho da vida, e o outro, o da morte. A diferença entre os
dois é grande” (Did. I,1).
Esta pequena obra compõe-se de 94 breves sentenças agrupadas 16 capítulos. Divide-se basicamente em três partes. A primeira delas (cap. 1 a 6) trata-se de um tratado de moral; a segunda (cap. 7 a 10) apresenta um antigo ritual litúrgico e a terceira parte (cap. 10 a 15) contém instruções sobre a vida comunitária. No final do documento, ainda se encontra uma exortação à perseverança, uma espécie de epílogo.
O
conteúdo
O
documento traz temas como o amor a Deus e ao próximo, a partilha dos bens e a
prática de esmolas, as raízes do bem e do mal, deveres para com os membros da
família, a prática dos sacramentos, algumas instruções litúrgicas e
disciplinares, a importância da oração, apresenta o modo de distinguir os
verdadeiros e os falsos profetas, exorta a caridade e à prudência, previne os
cristãos a estarem preparados para o dia do Senhor e apresenta os sinais precursores
do final dos tempos.
Diante
desse breve resumo sobre a Didaqué, o catecismo dos primeiros cristãos, quero
incentivar você, caro internauta, a conhecer essa extraordinária obra cristã.
Uma obra bem pequena no tamanho, mas grande no seu conteúdo e na sua
importância. Esse texto está inteiramente disponível de maneira gratuita pela
internet.
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