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O escapulário de Nossa Senhora do Carmo

O escapulário não é um sinal protetor mágico que nos isenta de viver as exigências cristãs.

Segundo a tradição da Ordem e antigos testemunhos, no dia 16 de julho de 1251 — e é por isso que a Igreja celebra a festa de Nossa Senhora do Carmo neste dia do mês de julho —, a Virgem Maria apareceu a São Simão Stock e lhe entregou o escapulário dizendo: " O escapulário será para ti um privilégio, e quem morrer piedosamente revestido com ele será preservado do fim eterno". Desde então, o escapulário passou a fazer parte integrante do hábito dos carmelitas.

Mas, o que se deve entender pelo termo "piedosamente" empregado pela Virgem Maria? Trata-se, é lógico, de levar uma vida cristã coerente, seguindo os mandamentos de Deus e da Igreja e, ainda, de cultivar com empenho a vida espiritual, buscando o contato mais íntimo com Deus mediante os sacramentos — sobretudo a Eucaristia e a Confissão — e a assídua oração. Em outros termos, usar piedosamente o escapulário significa não tê-lo meramente como um amuleto de sorte, um sinal protetor mágico que nos isenta de viver as exigências cristãs e nos garante a salvação eterna sem esforços de nossa pessoa.

Além disso, evidentemente, usar o escapulário implica na manifestação de um carinho especial pela Mãe de Deus. Se ela nos concede um sinal de proteção, nós, de nossa parte, também devemos lhe demonstrar uma profunda gratidão por esta predileção. É por isso que quem usa o escapulário tem o costume de fazer diariamente alguma prática mariana. Não há nada prescrito como obrigação; cada um escolhe a prática mariana que melhor lhe convier, conforme as próprias possibilidades. O importante é não deixar de dar mostras do amor e da gratidão à Virgem Maria que nos oferece sua proteção mediante o escapulário. Eis alguns exemplos: a recitação do terço, a visita a uma imagem de Nossa Senhora, pequenas mortificações, ou até mesmo a simples recitação de 3 Ave-Marias.

 

Mas o que é o escapulário?

Tratava-se de duas longas tiras de pano — uma que pendia sobre o peito, outra que caía às costas — ligadas por largas alças, colocadas sobre os ombros. Daí procede seu nome. Escapulário vem da palavra latina scapula, que quer dizer "espáduas, ombros". Seria uma espécie de avental a ser vestido sobre a túnica para protegê-la durante o trabalho, para não sujá-la ou estragá-la.

Nossa Senhora, ao dar o escapulário para São Simão Stock, quis simbolizar a proteção que exerceria sobre todos os membros da Ordem. Os carmelitas, de sua parte, também viram no uso do escapulário uma maneira externa de manifestar a razão principal de suas vidas: revestirem-se das virtudes de Maria.

É este o fundamento da devoção ao escapulário: pedir a proteção de Maria e empenhar-se em imitar sua vida, procurando praticar as mesmas virtudes que ela praticou.

 

Como usar o escapulário?

O escapulário deve ser usado constantemente, de dia e de noite. Quando, por alguma razão, seu uso se torne dificultoso, a Igreja dá a possibilidade de substituí-lo por uma medalha em que, na frente, esteja cunhada a imagem de Nossa Senhora do Carmo, e, atrás, a do Sagrado Coração de Jesus. É a medalha de Nossa Senhora do Carmo que, no lugar do escapulário, deve ser sempre carregada com a pessoa.

Da primeira vez que se recebe o escapulário, é necessário apresentá-lo ao sacerdote, a fim de que ele o abençoe e o imponha. Por ser confeccionado com tecido, o escapulário desgasta-se facilmente. Uma vez gasto, basta trocá-lo por outro, não sendo, então, mais preciso recorrer ao sacerdote.

Muitas pessoas se perguntam como se desfazerem do escapulário velho. Dado que se trata de um sacramental [2] e, portanto, um objeto religioso que recebeu uma bênção, o ideal seria queimá-lo de modo que ele se deteriorasse completamente. Se, por qualquer motivo, isso se apresentar difícil, pode-se enterrá-lo de maneira que, com o tempo, a umidade da terra venha a apodrecê-lo, causando sua decomposição. Se nada disso for possível, o ideal é entregá-lo a uma igreja onde o sacristão se encarregará de desfazer-se dele.

 

O escapulário e as indulgências

É também interessante lembrar que o uso do escapulário permite aos fiéis lucrarem algumas indulgências:

·         Indulgência parcial – O uso piedoso do escapulário ou da medalha (por exemplo: um pensamento, uma lembrança, um olhar, toque ou beijo etc.), além de favorecer a união com Maria Santíssima e com Deus, obtém uma indulgência parcial, cujo valor aumenta na proporção das disposições de piedade e fervor da pessoa.

·         Indulgência plenária – Pode-se lucrá-la no dia em que se recebe pela primeira vez o escapulário, na festa de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho), de Santa Teresa de Ávila (15 de outubro), de São João da Cruz (14 de dezembro), de Santo Elias (20 de julho), de Santa Teresinha do Menino Jesus (1º de outubro), de todos os santos carmelitas (14 de novembro) e de São Simão Stock (16 de maio). Para lucrar tais indulgências plenárias, são exigidas as seguintes condições:

- Confissão, Comunhão eucarística, oração pelo Sumo Pontífice (por exemplo: um Pai-nosso e uma Ave-Maria);  Propósito firme de querer observar os compromissos da associação do escapulário.

Que ao usar o escapulário, enfim, você não só se sinta protegido pela Virgem Maria, mas, sobretudo, cresça na imitação de suas virtudes.

 

Fonte: padrepauloricardo.org


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