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Exercícios Espirituais


O barulho e a agitação são constantes na nossa realidade atual. As pessoas, em geral, não buscam o silêncio e o recolhimento; mas querem estar livres de leis e disciplinas. Podemos ainda falar de "busca da vontade de Deus na disposição de nossa vida?"
Santo Inácio de Loyola desenvolveu os Exercícios Espirituais, baseados na contemplação silenciosa. Sua prática produz edificação e renovação. A experiência de inúmeras pessoas que também hoje se beneficiam é a prova que o Espírito Santo continua iluminando as almas através dos Exercícios.
"A prática dos Exercícios constitui não somente uma pausa tonificante e revigorante para o espírito, no meio das dissipações da barulhenta vida moderna, mas também uma escola ainda hoje insubstituível para introduzir as almas numa maior intimidade com Deus, no amor à virtude e à ciência verdadeira da vida, como dom de Deus e como resposta ao seu chamado". (Paulo VI)

A contemplação inaciana
Nos passos iniciais, nos colocamos em espírito de oração de acolhida, ficamos numa passividade vigilante, na humilde esperança de que algo do mistério da vida de Jesus nos seja revelado. Humildemente, presentes na cena do texto utilizado, vamos contemplando, isto é, vendo as pessoas, uma após outras, ouvindo o que falam ou podem falar, olhando o que fazem, sempre na delicada expectativa de que alguma coisa nos seja revelada, algum sentimento brote em nosso coração. Depois que algo aconteceu, isto é, brotou algum sentimento, percebemos a presença de alguma pessoa, vamos saborear esta presença, dialogar, e, então, naturalmente, vamos deixar refletir na nossa vida para tirar algum proveito. Primeiro deixar acontecer a contemplação, algo surpreendente, novo.... Só, então, depois, deixar refletir na nossa vida para ir ajustando a nossa vida à de Jesus Cristo.
"A contemplação é um deixar-se impregnar e invadir pelo mistério contemplado. O próprio mistério tem a sua força. Deixar que o evangelho nos molde e não querer interpretá-lo. Por isso se requer mais simplicidade, humildade e passividade. É a atitude de deixar-se ensinar. O ritmo das contemplações é lento. Não se devem buscar logo aplicações para a vida. Ficar atento às moções... As consolações que brotarem... As desolações que surgirem... Acolhendo e demorando-me nas consolações e descartando as desolações.
Santo Inácio pede várias vezes conhecimento interno. Este não é puramente intelectual nem psicológico. Inclui uma relação existencial. Uma experiência de vida; o encontro com a pessoa de Jesus. Para a Bíblia conhecer algo é ter experiência deste algo. Conhecer alguém é entrar em relação com esta pessoa.
Somos contemporâneos de Jesus Cristo!
Mediante o conhecimento interno Jesus penetra no mais profundo de nosso ser. É um conhecimento dinâmico e transformador, pois, leva a pessoa a identificar-se com Jesus e a comprometer-se com a sua causa." (Pe. José Roque Jungues, SJ)
Depois dos preâmbulos da oração, sempre confiantes na ação do Espírito Santo, mas despretensiosamente, vamos vendo, ouvindo, olhando na esperança que algo nos será revelado. Quando encontramos, gratuitamente, pela virtude divina, o que tanto procuramos, alguma coisa que nos esclareça ou faça sentir um pouco mais, então vamos parar, sentir e saborear profundamente, sem pressa de passar adiante. Este sentimento interno gratuito que nos move e atrai para alguma coisa de Deus pode nos levar ao sentimento da presença de uma pessoa que tem seu modo de viver, que tem seus desejos; que está empenhada numa missão. Naturalmente a oração nos conduz ao desejo de uma ação em união à pessoa amada e comprometida com a sua vida e com a sua missão.
Alguns exemplos ou comparações podem nos ajudar a descobrir o que é a contemplação inaciana.
Soubemos que houve um acidente grave perto de nossa casa: uma carreta carregada foi de encontro a um ônibus repleto de passageiros. Há mortos e feridos. Os veículos estão reduzidos a um montão de ferros retorcidos. Isto é o que sabemos.
Agora vamos lá para contemplar este acidente. Fico presente. Vejo as pessoas feridas com rostos desfigurados, chorando e pedindo auxílio. Vejo algumas pessoas que parecem já falecidas no meio das ferragens... outras solícitas, prestando auxílio. Ouço gemidos, pedidos de ajuda e as pessoas que socorrem se comunicando uma com as outras... Olho o que fazem, como correm para levar ajuda aos acidentados, carregam os doentes em macas improvisadas... O estar ali presente, contemplando, me abalou...
Uma visita a uma galeria de arte. Vou visitar uma galeria de arte. Sei que lá existem tesouros artísticos. Vou lá para contemplar e beber toda aquela beleza e harmonia que estão contidas nas obras de arte. Se tiver alguma sensibilidade artística aquelas preciosas obras me falarão ainda mais. Não crio algo e jogo sobre as telas, mas sou impactado pelo que vejo...
Obviamente os mistérios da vida de Jesus são mais ricos que qualquer galeria de arte. Se eu tiver sensibilidade para as coisas de Deus, ao contemplá-las, vou sendo impactado por esta visão. Vou me deter e saborear...
(Texto baseado em formação cancaonova.com)

Exercícios Espirituais dos Santos
Assim como um atleta para chegar a ser um campeão precisa se exercitar frequentemente, precisamos exercitar também para a busca da santidade, para ter um coração semelhante ao coração de Jesus.
Os santos têm muito a nos ensinar nesse caminho, uma vez já tendo trilhado e vencido. Essas práticas de amor chamamos de exercícios espirituais dos santos. Tais exercícios nos ensinam o caminho da humildade, do desapego, da oração profunda, da caridade...
Existem vários exemplos, alguns já apresentados no tópico acima como ensinamentos de Santo Inácio de Loyola, mas também podemos aprender com outros santos. As práticas podem ser: andar um tempo descalço; dormir no chão fora do conforto da cama; usar um silício na cintura por baixo da roupa ou no pulso; deixar de fazer algo que gosta muito ou fazer algo que não gosta; andar com um crucifixo...
Elas devem nos levar a um amor maior, e podemos em cada uma pedir uma graça para Deus.

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