Preste atenção que vos escrevo
dizendo apenas ‘um coração perseverante’, e não um coração que não tem em sua
vida lutas e batalhas diárias.
Meus irmãos, uma pessoa que
compreende sua missão, seu chamado e vocação, e nela persiste, ela é muito mais
feliz e realizada. Não é aquela pessoa que vive de “galho em galho”, de troca
em troca, quase que sua vocação se torna buscar a vocação. Não, definitivamente
não fomos criados para isso.
É preciso assumir o todo de uma
escolha! E como é difícil para nós querermos isso, sim, como é difícil! Querem
ser promovidos numa empresa, mas não querem ter mais responsabilidades, querem
se casar, mas não querem educar seus filhos santamente, isso quando querem os
ter, querem dizer sim a Deus, mas não querem morrer para si mesmos!
Amados, a vida celibatária está
totalmente envolta desta perspectiva! Perseverança e abraçar tudo o que Nosso
Senhor nos oferece nesta escolha!
Quantos iniciam por este caminho
encantados apenas por sua beleza, por suas propostas mais básicas e não vão a
fundo em suas escolhas. Quantos iniciam esta construção sem calcular antes,
para saber se serão capazes de concluí-la, como narra o evangelho de São Lucas
em seu capítulo 14. Quantos sacerdotes dizem sim em seus ministérios e tem
caído, pois não vivem santamente a proposta do celibato.
Se não escolhermos este estado de
vida com tudo o que ele tem em si, na verdade não o escolhemos e também não
escolhemos Cristo como nosso único bem. Não podemos servir a dois senhores,
não, de maneira alguma. Como diremos ser totalmente de Cristo e não deixamos um
momento se quer de servirmos a nós mesmos?
A vida celibatária exige de nós
uma entrega total de nossos corações e vontade nas mãos do Cristo para que Ele,
dispondo de tudo, compartilhe de nossos míseros ‘bens’ da maneira e com quem
Ele desejar. Para isso é preciso que estejamos atentos às oportunidades que nos
aparecem para que nos dobremos diante do Senhor sempre lhe perguntando: “O que
queres que eu faça?” e Ele há de nos responder.
Nós precisamos ser os primeiros a
estar nas Capelas, e diante dos Sacrários, silenciosamente nos colocarmos para
escutar o que o Mestre deseja nos falar. A vida de oração é a fonte jorrante
que não pode secar neste caminho de perseverança, ela é o que nos dá vida e
santidade, o contato com Cristo. Como quero ser do Senhor e caminhar com Ele se
não vou ao seu encontro para O escutar?
Morrer para este mundo! Os
celibatários não podem ter parte com as propostas deste mundo. O que fazeis de
diferente? O Senhor nos pergunta. Nossa vida precisa fazer a diferença e não
parecermos com o mundo e suas propostas é o primeiro passo. Nossos modelos? Eis
Nossa Senhora e os Santos!
Meus amados irmãos, sabemos que a
luta não é fácil, quanto mais no tempo em que vivemos, onde as propostas são
tantas, porém, nunca foi tão fácil, no mundo visível, distinguir aquilo que nos
convém ou não. Pela vida de oração é que compreenderemos aquilo que parte do
coração de Jesus, os combates espirituais, o que é sugestão do maligno e o que
é direção divina, mas é preciso perseverar. Se nós não estivermos unidos à
Videira, seremos galhos secos.
A vida celibatária é um dom
fecundo na vida de quem a põe em prática, mas também uma graça para a Igreja e
para a humanidade, então viva-a santamente. Um sim a Deus tem reflexos e
consequências para toda a humanidade, assim também como um não dado a Deus o
terá!
Que Jesus, ao olhar para você, se alegre por sua entrega! Deus lhe abençoe e te faça santo (a) e te dê a graça da perseverança até o fim!
Letícia Debona
Celibatária, cofundadora da Com. Encontro
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