Tantas vezes encontro com pessoas massacradas pela falta de
perdão, destruídas por não conseguirem resolver, dentro de si e de suas
histórias, dores de um recente ou antigo passado.
O grande inspirador deste texto e que aqui quer nos ajudar a
oferecer o perdão, é o Pai Misericordioso da Parábola do Filho Pródigo (Lucas
15, 11-32). Este homem sofreu uma triste humilhação causada por seu filho mais
novo, mas de uma forma impressionante sequer cogitou não perdoá-lo ou ser um
pouco indiferente ou até mesmo primeiro dar uma correção para que ele
aprendesse e aí então acolhê-lo, enfim. Convido você a meditar sobre esse
interessante personagem da história de Jesus e fazer como ele:
1 – Generosidade: Quem se fecha em seu próprio mundo nunca
poderá ver o verdadeiro mundo do outro.
2 – Observação e iniciativa amorosas: Deixar a situação cair
no coração, repensar a atitude da pessoa, colocar-se no lugar dela e a partir
disto, agir com amor.
3 – Esperança: Mesmo que a pessoa ainda esteja no erro e não
tenha se arrependido em nada, não desacreditar jamais que ela pode mudar a si
mesma e o curso dos acontecimentos.
4 – Humildade: Reconhecer que você também é passível de
erros e guiado por outras circunstâncias poderia cometer a mesma atitude ou até
pior.
5 – Maturidade: Superar os limites da infantilidade e do
desejo egoísta de que tudo gire em torno de si.
6 – Alegria: A falta de perdão amarga a vida. Demonstrar
afeto e carinho sem reservas pode surpreender aquele que, talvez, em seu erro,
espera uma atitude de reprovação ou indiferença.
7 – Verdade: Encarar os fatos como realmente são e mesmo que
sejam difíceis, não acumular os próprios julgamentos que deturpam a verdade.
8 – Dar o verdadeiro valor: Não resumir a pessoa ao erro.
Ela não é e nunca será nivelada pelo que fez de errado, seu valor como pessoa é
incalculável e imutável diante de Deus.
9 – Felicidade em recomeçar: Gerar em si e na pessoa a quem
perdoo um feliz alívio em fazer tudo novo e diferente.
10 – Paciência: Dar tempo para o seu coração e para o
coração da pessoa, mesmo que o perdão já tenha sido concedido. Às vezes demora
um tempo para a situação se normalizar. E muitas vezes não vai voltar a ser
como era antes, ao contrário, será ainda melhor pois terá passado por uma
purificação de amor e perdão. “Reacostumar-se” com o “novo eu” e o “novo outro”
que surgem é um belo desafio a ser vivido.
Que o Senhor te conceda o dom do perdão e, inspirado pelo
Pai Misericordioso, você viva bem, viva livre, viva feliz sem pesos excessivos
e desnecessários! Deus te abençoe.
Fernanda Rosetti – Consagrada da Comunidade católica
Encontro
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