Nesse artigo, falaremos acerca da moral e apresentaremos o pensamento da Igreja Católica frente a algumas ideologias que movem o pensamento dos partidos e dos candidatos. Sem mais delongas, passemos às dicas.
Primeira dica: investigue o passado dos candidatos
É imprescindível que você faça uma rigorosa investigação da vida política de cada candidato para saber se ele já esteve envolvido em escândalos políticos. Um candidato que já esteve envolvido em corrupção não deveria contar com o nosso voto.
Não basta, no entanto, que o candidato investigado por você tenha a ficha limpa. Você precisa saber quem são os outros candidatos a quem ele apoia. Mesmo que o seu investigado não tenha se envolvido em nenhum escândalo de corrupção, mas acabou se tornando apoiador de quem já o foi, desconfie prontamente. Ser conivente com a corrupção é uma forma mais sutil de ser corrupto.
Segunda dica: cuidado com as
ideologias por trás dos candidatos
Segundo o portal do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), o Brasil possui uma lista com 35 partidos políticos
registrados oficialmente e ainda algumas dezenas de partidos em processo de
formação. Cada partido possui a sua linha de pensamento, sua ideologia. Existem,
por exemplo, partidos alinhados com ideais liberais, trabalhistas, socialistas,
ambientalistas, comunistas, conservadores e muitos outros.
Entramos em um ponto importante da
questão e que deve ser levado em conta na hora de escolher o candidato. Tome
muito cuidado com os partidos e candidatos que representam ideologias
condenadas tão contundentemente pela Igreja Católica. A esse respeito, quero
apresentar, por exemplo, o pensamento de alguns Papas sobre as ideologias de
origem liberais e marxista: comunismo, socialismo, gramscismo (marxismo
cultural).
Acerca do
liberalismo (ideologia do capitalismo), Paulo VI escreve: “Este liberalismo sem
freio conduziu à ditadura denunciada com razão por Pio XI, como geradora do
‘imperialismo internacional do dinheiro’. Nunca será demasiado reprovar tais
abusos, lembrando, mais uma vez, solenemente, que a economia está
ao serviço do homem. Mas se é verdade que um certo capitalismo foi a fonte de
tantos sofrimentos, injustiças e lutas fratricidas com efeitos ainda duráveis
[…]”. Nesse trecho, já podemos tirar uma preciosa lição, o dinheiro, o capital,
a economia nunca deve estar à frente da ética ou da moral.
Sobre o comunismo, o Papa Pio XI
escreveu: “Vós, sem dúvida, já percebestes de que perigo ameaçador falamos: é
do comunismo, que se propõe como fim peculiar revolucionar radicalmente a ordem
social e subverter os próprios fundamentos da civilização cristã”. “O comunismo
é intrinsecamente perverso e não se pode admitir em campo nenhum a colaboração
com ele”.
Em discurso ao
presidente da Romênia, São João Paulo II disse: “Quarenta anos de comunismo ateu
deixaram vestígios e cicatrizes na carne e na memória do vosso povo, e
instauraram um clima de desconfiança; tudo isso não pode desaparecer sem um
concreto esforço de conversão da parte dos cidadãos na sua vida pessoal e nas
suas relações com o conjunto da comunidade nacional”.
Com relação ao socialismo, tanto João
XXIII quando Pio XI declaram que entre o comunismo e o cristianismo, a
“oposição é radical”, “não se pode admitir, de maneira nenhuma, que os católicos
adiram ao socialismo”, mesmo que moderado.
A dica já foi dada, mas quero a
retomar de forma mais direta: cuidado com partidos e candidatos mergulhados em
pensamentos ideológicos condenados pela Igreja.
Terceira dica: fique atento com os
candidatos que não se posicionam de maneira clara
Uma das atitudes mais reprováveis em
um candidato é a falta de clareza em suas posições. O que mais se tem observado
nos discursos dos atuais candidatos, seja qual for o cargo pretendido, é uma
falta de clareza e de posicionamento. Vivem em cima do muro e, quando se
sujeitam a tratar dos assuntos mais polêmicos, o tratam de maneira tão prolixa
e evasiva, que não deixa clara o seu posicionamento. Exercitam, e muito bem, a
arte dos sofismas.
Quando são perguntados, por exemplo,
se são a favor do aborto, raramente responderão “sim – e ponto final”, ou “não
– e ponto final”. Ou iniciarão com o previsibilíssimo clichê “mas é obvio que
ninguém é a favor do aborto…”, para, então, justificar o apoio a esse crime de
assassinato, ou transmitirão a responsabilidade por esta decisão para a justiça
ou para o povo por meio de plebiscito. Tome cuidado com os candidatos que não
se posicionam de maneira clara, principalmente acerca dos valores morais.
O conhecido adágio “quem não deve,
não teme” pode ser muito bem empregado nessa situação. Busque saber qual a
posição do candidato a respeito das drogas, da família, da ideologia de gênero,
da doutrinação nas escolas, do respeito à propriedade privada, da livre
manifestação religiosa. Investigue se ele já esteve de conluio ou subordinado a
pequenos e barulhentos grupos cheio de interesses que não representam a
maioria.
Quarta dica: busque candidatos que
possuam afinidade com a ética e a moral cristã
Se, somos realmente
cristãos, precisamos ter bem sedimentados em nós alguns ensinamentos tirados de
um importantíssimo documento elaborado pela Pontifícia Comissão Bíblica,
chamado “Bíblia e
Moral: raízes bíblicas do Agir Cristão”. Esse documento pode ser encontrado no
site da Santa Sé. Vale apena lê-lo.
Um dos ensinamentos
que esse documento traz é o seguinte: “sem Deus não se pode construir nenhuma
ética”. Ele também afirma que o ponto de referência da moral cristã encontra-se
na Sagrada Escritura. Nela, os cristãos se defrontam com
indicações e normas para o reto agir. Dessa maneira, percebe-se que a moral
cristã é muito mais que um código de comportamentos e atitudes, ela
apresenta-se “como um ‘caminho’ revelado”. Por sua vez, esse “‘caminho’ moral
não chega sem preparação”. Você, cristão, é responsável por preparar este
caminho.
Usar o dinheiro público, por exemplo,
para apoiar “artes” com forte apelo ao sexo é moralmente condenável. Refiro-me
às exposições de quadros em galerias de arte, peças de teatro absurdamente
agressivas à consciência cristã, filmes, shows, gravações de clipes, CDs ou
Dvds. Tudo isso representa um forte abuso à consciência de uma população
majoritariamente cristã. Cerca de 86% dos brasileiros se dizem cristãos.
O homem nasceu para ser livre
O Compendio da Doutrina Social da
Igreja afirma que, “afastando-se da lei moral, o homem atenta contra a sua
própria liberdade, agrilhoa-se a si mesmo, quebra os laços de fraternidade com
os seus semelhantes e rebela-se contra a verdade divina”. Caro irmão, não se
esqueça de que o cristão católico não está com a “direita”, nem com a
“esquerda” (acaso realmente existam), o cristão católico está, acima de tudo,
com o Evangelho.
Tendo em vista a liberdade dada por
Deus ao ser humano, ele é chamado ao discernimento moral, à escolha e à
decisão. Esta posição de comando que Deus confiou ao ser humano implica
responsabilidade, empenho de gestão e administração. Dessa forma, foi dada ao
homem a capacidade de fazer extraordinários progressos científicos e
tecnológicos, respeitando sempre o limite dado pelo Criador.
Para finalizar, eu
gostaria de relembrar um pensamento do filósofo Aristóteles, do qual falamos no
primeiro artigo. Para ele, o governo deveria ser composto pelos melhores, pelos
mais sábios e virtuosos. Na democracia, temos a possibilidade de exercitar esta
salutar atividade. Contudo, é preciso que você saiba de uma coisa: votar nulo ou em branco não significa votar em ninguém,
mas significa eleger o pior.
Deus abençoe você e até a próxima!
Gleidson Carvalho
Fonte:cancaonova.com
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